quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu sou meu casulo

Eu sou o meu refúgio. Sou o meu mundo, sou a minha parte, eu sou no espaço. Sou um quarto.
Eu saio de dentro quando eu quero, quando tudo estiver certo para merecer a minha atenção. Porque eu me escondo.
E quando eu me escondo é porque o mundo aqui fora anda estranho. 
Não é porque você está diferente, mas sim porque eu ando com fios soltos, que não se ligam e se caso isso acontece - entram em curto.
Eu me escondo quando não tenho uma paixão pra depositar os meus pensamentos. Eu me escondo quando o tudo vira nada.
Eu fujo bem para o fundinho quando não consigo comigo mesmo.
Mas eu saio renovado. Eu voo como filhote quando todo o carinho depositado e recíproco. Quando eu posso comigo mesmo e alcanço meu objetivo.
Eu entro e saio vinte vezes por dia, mas ninguém precisa saber. 
Meu casulo vai tratar de me proteger quando você quiser me ofender. Ou quando eu for cruel comigo mesmo.
Só sei que o meu casulo é o mundo.
Minha asa bate com o pulso da vida. Se este está fraco, perdido, minha asa doe.
Eu preciso voar por aí, conhecer flores novas e obter novas fragrâncias. Daí eu voo.
Porque a minha metamorfose é viver - mesmo que doa, que bata, que fira. Mesmo que ame, que perdoe que reflita.