quinta-feira, 26 de abril de 2012

Eu sou meu casulo

Eu sou o meu refúgio. Sou o meu mundo, sou a minha parte, eu sou no espaço. Sou um quarto.
Eu saio de dentro quando eu quero, quando tudo estiver certo para merecer a minha atenção. Porque eu me escondo.
E quando eu me escondo é porque o mundo aqui fora anda estranho. 
Não é porque você está diferente, mas sim porque eu ando com fios soltos, que não se ligam e se caso isso acontece - entram em curto.
Eu me escondo quando não tenho uma paixão pra depositar os meus pensamentos. Eu me escondo quando o tudo vira nada.
Eu fujo bem para o fundinho quando não consigo comigo mesmo.
Mas eu saio renovado. Eu voo como filhote quando todo o carinho depositado e recíproco. Quando eu posso comigo mesmo e alcanço meu objetivo.
Eu entro e saio vinte vezes por dia, mas ninguém precisa saber. 
Meu casulo vai tratar de me proteger quando você quiser me ofender. Ou quando eu for cruel comigo mesmo.
Só sei que o meu casulo é o mundo.
Minha asa bate com o pulso da vida. Se este está fraco, perdido, minha asa doe.
Eu preciso voar por aí, conhecer flores novas e obter novas fragrâncias. Daí eu voo.
Porque a minha metamorfose é viver - mesmo que doa, que bata, que fira. Mesmo que ame, que perdoe que reflita.

terça-feira, 6 de março de 2012

Que amanhã, na fogueira

Que amanhã vai ser um novo dia, o sol vai raiar e as nuvens vão sumir.
Que amanhã esse medo todo vai sumir, afinal quem vive com medo de viver, só existe, correto ?
Não gastemos, pois, vida com o problema dos outros. Não é egoísmo, é amor por si próprio.
Por quê consumir sorrisos com estômagos comprimidos?
Então eu deito, e falo com o meu coração a minha própria sorte: que amanhã acorde tudo certo. Eu rezo pra eu mesma ter forças de sorrir, todos os dias, o sorriso mais belo que eu puder, mas que este, seja por um vez, aquele verdadeiro, afinal não preciso mostrar bom humor para agradar aos outros - e sim a eu mesma.
Eu sou fruto do que semeio, então sou produto do que planto.
Minha própria sorte quem faz sou eu.
Mas amanhã, bem cedinho, quando os olhos despertarem, eu acredito bem acreditado, que, tudo vai estar bom. Gostoso de viver, sem distâncias e sem recuo. 
Enquanto isso sou como uma loba, que observo.
Observo eu mesma mudando em metamorfose. Hoje quero engolir tudo que sinto, amanhã, se tocares meu coração, talvez te conto.
Mas tem coisas que só divido com minha melhor amiga: eu mesma.
E sendo assim, quase penso em modo político: guardo sigilo para não me queimar. Até que eu chegue a conclusão que isso tudo é perigosamente contra mim. Daí permito. Porque só eu que me condeno.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Não mexe com meu demônio

Tenho repugnância, medo, pavor, qualquer coisa do tipo para com aquelas pessoas maravilhosamente frias e hipócritas.
Terror psicológico ter que passar meio minuto junto. 
Entende-se que nem todos são - e devem - ser vulcão. É um pedida perigosa ser tudo ou nada, mas não ser, é mais ainda.
Doi na alma ver generalizações. A putaiada adora, tudo fumado, eles tem outros. Acham que agradam. Psss...
Que raios todo mundo tem que ser posto em uma caixinha, tipo fósforo?! Os "bonitos, "feios", "morais",...
E ainda se dizem aptos ao novo milênio, mas tudo que insinue sexo é errado, não se fala, só se julga. 
Tudo o quê eu reprimir em mim é imoral no outro? Ou é o peso do outro realizar aquilo que anseio e prendo aqui dentro?
Baseadinho sumiu por quê? Na hora de falar mal todo santo vira diabo, e todo santo julga o diabo como errado.

Mal sabem que os diabos é que são bons: tem vida, tem história, tem amor, tem risada, tem diversão e tem aquele misto de tequila com sal e limão pedindo uma pitada exorbitada de imoralidade perante os chatos.
Mania inquieta desses terráqueos que tudo tem que achar alguma coisa, pra tudo tem que criticar. Deixa não ser, deixa não saber, às vezes não ser o dono da razão é mil vezes melhor - você lembra que não é perfeito.
As águas mais calmas me assustam, na verdade, me dá vontade de jogar um carro na cara. Ninguém é nada. 
Oh pai, me livrai de quem não passa nada. Nem calor, nem amor, nem sabor. Medo de olhos cristalizados no nada. No achismo.
Por um mundo de muito menos julgamento e muito mais viver.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Das coisas da vida

Das voltas que a vida dá, dos medos que ainda guardamos.
Aquela vontade absurda de mergulhar do profundo e desconhecido.
Há quem tema a mudança, há quem tema o novo, mas desde que as coisas começaram a mudar, comecei a me perder e até me encontrar.
Das coisas que nos surpreendem, da mania de tudo mudar.
Quando menos via a frente, então, que tudo torna-se novo.
Quando se pede com o coração, a alma logo responde. Basta crer.
Me peça um desejo, eu te darei um sonho.
Dessas coisas estranhas da vida, que pede que mudemos a todo instante.
A verdade é que por mais que esteja difícil, você nunca estará pronto para mudar.
Sempre algo irá ficar e algo mais poderosa irá com você. 
Não se esquece a vida como se esquece qualquer coisa. Resquícios servem para isso, não esquecer o que já se foi.
Hoje você fica aí, bem distante, vivendo um sonho consumado que enfim tornou-se o seu novo. E eu aqui, vivo a realidade não-inventada para te agradar e nem para que eu pense ser o que para você é o certo. 
Aqui eu fico a trocar os dias pensando em não sofrer, em ficar aqui caminhando, lavrando cada dia e esculpindo nele um sorriso sincero.
Hoje a alma não alenta mais.
Ela pulsa de uma forma tão, bonita, ela chora tão suave que até agora ainda acerto o compasso com ela.
É esquisito, desses bichos de pé, viver a realidade que sempre se quis. Mas é estranho ter que perder a estrela maior para então poder rir.
Das coisas que ficam...
É um interminável teste psicológico, que ensina a controla a impulsão e lidar com as perdas da princesa mimada. O mundo é um eterno hospício, em que o tratamento de choque - 220 W - é a vida.
Que viva la vida, mas que seja doce, doce, doce. Suave, suave, suave, Alegre, alegre, alegre.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Nascente, rio e foz

Tudo que nasce
Deleita sobre um rio
E acaba desaguando
Em uma foz, vazia, só.

Tudo que surge, um dia desaparece
Vira pó na memória
E o tempo dá um jeito
Meio torto de levar
Tudo embora

Tudo que vem, vai, bate e volta
Tudo o que hoje te deixa mais alegre e radiante
Amanhã não fará mais sentido
Porque tudo que um dia é, amanhã já foi.

Aquilo que nasce e se vai com o tempo
Aquela coisa estranha de não brigar, romper
De deixar se apagar

A vida leva, o rio continua e as águas rolam
Não adianta nadar contra, o abismo é logo ali

A vida é um rio escuro, cheio de pedras

A vida é a certeza de que tudo que desagua,
Renova-se.

Pois lá na nascente, a vida já deu um jeito de encantar novamente,

Bendita seja a natureza de todas as coisas