segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sessão maquiagem

As coisas não são como queremos. Grande parte - e grande descoberta a minha. 
O fato, agora, não é a descoberta mas sim entender algo na essência: aprendi que por mais que não sejam, a gente modela, pinta, maqueia... Tenta por uma carinha bonitinha pra poder encarar. Não tem esse de travesseiro na cara e vamos lá, nós temos que moldar o negócio mais a fundo.
Primeiro, temos que nos acertar com nossos "demônios" ou nossos pré-Freud, aqueles pensamentos que se escutarmos nos levam aos divãs e aos tarja preta. 
Eu poderia passar um ano praguejando minha vida: o colégio, os amigos, a incompreensão dos meus pais, as dores de cotovelo e o meu lápis de olho que borra.
Mas decididamente, é hora de crescer. De evoluir. Ficar parado não tá com nada.
Nós precisamos aprender a levantar a bunda - com as suas celulites - do sofá velho e colocá-la para remexer.
Arregaçar as mangas e descobrir que não são os outros que irão nos fazer crescer em algo melhor do que material: temos que aprender a crescer no espírito, na força de superação.
Nós não crescemos em espírito porque ganhamos um tênis novo. Pelo contrário, a maioria decresce: esnoba pelo o seu ser de marca famosa. Nomes, nomes...
Temos que aprender a sair de saias justas e não lhes digo para aceitar a realidade crua, mas torná-la aceitável com uns Boticário. Nem tudo depende só da gente e isso nos contradiz tanto, é tão difícil de lidar.
Mais fácil é dizer não, virar a cara e ser o chato da vez. Mais nobre é pintar a parede velha e com infiltração de vermelho, torná-la viva e aceitar o sol batendo e dando brilho a sala. Mais nobre é lutar.
Tornar a realidade de uma forma que dê para viver - e não sobreviver.  
Aprender a pintar, passar um blush aqui, uma sombra ali e um rímel bem revolucionador nos nossos problemas é a melhor forma de manter o bom humor, o rosto bonito e os pés-de-galinha longe. Ou quase.
E de bônus, resgatar uma confiança e um orgulho de si mesmo que nem papai tem quando tiramos nota máxima. Orgulho de ser quem somos e aceitar melhor a realidade e nossos problemas.  Aprender a crescer.




Beijinho, beijinho, tchau, tchau!

Depois desse final de semana me decidi: vou escrever sobre uma coisa quase que torturante para  a minha forma de demonstrar afeto: os famosos - e dolorosos - três beijinhos.
Me fugiu a parte brasileira no DNA em que se diz: OBRIGATÓRIO três beijinhos na bochecha de cada um. Pior do que dar em desconhecida  é dar em homens desconhecidos que te obrigam ao ato. Coisa chata. 
Não sei quem inventou mas comigo o negócio não prega. 
Dou sim os três beijinhos, mas saibam: todos, ou quase, são contra a minha vontade.
Não daria nem na maioria dos meus parentes. Um beijinho vá lá, agora três!? Três? Quem inventou era tarado por baba dos outros no meio da cara.
Pra piorar esse escambau de beijos vem as titias dizendo: três que é pra casar! E eu só penso: sai de mim, capeta! O que eu quero com casamento a essa altura da vida? Não me preguem peças, titias, por favor! 
Dou um beijinho nas minhas amigas (os) por clichê: coisinha de menininhas, adolescentezinhas e todos os "inhas". Mas é diferente: por elas e eles tenho afeto.
Eu não tenho afeto pela tia do meu pai e nem da minha mãe, que teimam em me fazer beijar. Eu não tenho afeto pelo desconhecido que acabei de conhecer. Por que diabos vou beijar tudo isso?
Mas confesso: tremo na base quando estou numa rodinha de amigos e chega alguém que eu não conheço dando beijinhos: fica sempre naquela: e eu? beijo o desgraçado ou não? se ele me deixar de fora, já não vou com a cara da criatura. Mas me entendam: eu não tomarei a partida, o beijador é que venha ser cordeal comigo. 
E eu aqui argumentando do meu desdém por isso, mas exigindo no social. 
Quase a história do "Dama na mesa e Puta - é, eu disse p-u-t-a - na cama". Tá mais pra um "Beijo na frente, Sabão na bochecha por trás";
Para mim, os verdadeiros três beijinhos são aqueles que eu dou no meu seleto grupo: amigas, parentes próximos, gente que eu quero bem, gente da minha gente. São meus  beijinhos de carinho, de afeto, meu jeito de dizer: "olá, que bom te ver!".
E pra piorar as coisas no meu crédito: são somente clichê, pois a maioria encosta bochecha com bochecha ao invés de dar o smack estaladinho. Eu faço isso, rapidinha.
Mas mesmo assim, continuo dando os tão singelos e puros três beijinhos na bochecha do povo. Se eles gostam, política da boa vizinhança em mim! - Mas que é um saco, é.



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

De bater o olhar

Eu sempre achei Ser Humano a coisa mais curiosa que já existiu e foi inventada. 
Gosto de coisas que mexem comigo, que me desafiam e que de alguma maneira, entre em contato, que me toque a alma.
Sou distraída por natureza, mal sei a cor dos olhos das minhas melhores amigas ou a roupa da festa passada.
Sempre reparei demais no jeito. Na maneira de rir, de sentar, de se mexer, de falar... Mas só de quem me chamou a atenção. Só desses. 
Bom, e esses, eu não sei qual é a fragrância ou a frequência, mas não são como os outros.
São diferentes, são de pele, cheiro e calor. 
Dificilmente mantenho contato com quem não me chama a atenção ou seja tão leviano - que eu considere.
Não ligo para as coisas mais prováveis: meu cabelo, o que vão dizer, as pessoas que sou obrigada a conviver.
Tudo aquilo que me obrigam eu não gosto. Nunca gosto e bato pé até o fim. Ponderamos santo Deus, eu deveria trabalhar esse meu lado.
Mas dessa vez eu queria falar das pessoas que me encantam e de eu não entender a magia que as cercam.
Conto nos dedos: talvez cinco, umas onze chutando alto.
Todas tão místicas e serenas que me fazem admirá-las, são como pessoas da alma: tenho um carinho imenso, mesmo que várias eu mal tenha dito um "oi". Pois acreditem. 
Queria entender esse negócio de empatia, talvez até seja este o nome. 
É simples: bato o olho e gosto da pessoa.
Destas, as que tenho contato tornam-se mais nobres ainda: são contados nos dedos os melhores abraços que eu já recebi. São destas pessoas que falo: um camada de energia ou uma troca de carinho dado e correspondido? Não sei ao certo, porém, todos devem ter alguém assim por perto. Que seja um. A sensação nos faz tão bem, que as vezes até acredito: talvez esses sejam os anjos que me iludiram quando eu era criança: os tais anjos da guarda. 
Aqueles que nos guardam os melhores abraços e sorrisos mais sinceros. 
Aqueles que por mais que queiramos uma explicação, simplesmente acontece: são da alma, são do bem.
Juro que não é meu amiguinho imaginário e nem estou matando baratas no canto. 
Se você não me entende, pouco tenho a lhe dizer, pois meia palavra basta para quem é capaz de sentir além do que vê.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mas não se esvaia...

É como se fosse uma realidade inventada. Não, eu acho mesmo que É uma realidade inventada.
É mais suave, mais doce. É como se fosse colo de mãe: te transmite amor e te protege do mundo lá fora. 
Um jeito muito melhor de ver as coisas. Um olho mágico para a vida.
É um sentimento que talvez seja sortudo aquele que tiver...Um carinho imenso, tão formoso quanto rosa vermelha. 
Mas rosas vermelhas tem espinhos... E os espinhos machucam aquele sentimento. 
Te ferem mais do que fisicamente: te ferem o espírito, te fazem desmoronar. 
Doi tão fundo na alma que chega a te fazer perder a noção das horas.
Não é tão supérfluo quanto você tenta mostrar para os outros. É mais além, mas ninguém pode descobrir - só suspeitarem. 
É como se fosse algo semelhante a oxigênio: você precisa daquilo pra viver.
Mas dai os espinhos entram sem te pedirem licença. Tomam conta da casa e de metade do que era - na tua ilusão - teu.
E você chora por dentro, chora por fora. Perde qualquer base segura. Você só quer o que é seu, só seu, pois se repartir, aquele seu mísero pedacinho, ficará ainda menor. É só seu e as pessoas não entendem.
Você sabe o quanto isso lhe faz mal, sabe que um dia ainda acaba matando metade de você, te fará chorar dias a fio. Mas você sabe que se não sentir isso, como se fosse um viciado, você não vive. É aquilo que faz seu coração pulsar. É só aquilo.
Enquanto você vive a sua irrealidade você torce para que aquilo não acabe nunca. Deus te ouça.
Por que no fundo, lá no fundo, você só quer uma coisa: ser amada do jeito que ama. E nem com papel registrado no cartório não estará bom. Você quer mais: você quer aquilo pra sempre, ao seu lado.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tais bundinhas rebitadas...

Pupilas dilatas. Suores que escorrem. Todos aqui andam sem parar, de um lado para o outro, freneticamente.
Ninguém se olha nos olhos, mal um cumprimento tão passageiro quanto à mãe que entra no metrô com o filho de colo.
Tão passageira é a vida para quem não vê além. Quem não entende, não vê. 
Quem vive na ditadura metropolitana, nos ternos e gravatas, com os pé no salto alto. Quem pouco reserva a si mesmo. Só se dá aos outros. Se dá por pouco.
Para quem mal se olha no espelho, para quem só vê o rosto bonito que está envelhecendo.
De que vale uma vida inteira sem ter feito nada ? Você já pensou no que fez em sua vida que seja diferente dos demais?
Prefiro cor, calor e corações que exalam sentimentos.
Prefiro olhar nos olhos, morrer de paixão, enlouquecer de alegria, gozar da tristeza.
Prefiro o calor dos olhos, a ternura dos gestos, o teu jeito de falar. A tua paz.
Prefiro gente que sente, que pira, que não tem medo. Que se jogue pra vida e festeje cada momento.
Não um bom-humor fictício. Um dia estamos bem, outro não. É assim.
Prefiro realismo.
Mas me perco quando vejo pessoas agindo friamente, minhas bases tremem.
Não consigo articular planos, fingir gostar, fingir me interessar. Visão centralizada de mim mesma.
Mas eu ainda me pergunto : até a onde as bundinhas rebitadas irão sustentar o mundo? Daqui só vai a pior, e talvez nos acostumemos assim. Ou talvez ainda teremos certos desencaixados que clamam por um pouco mais de uma coisa chamada "sinceridade". Ah se todos fizessem o que seus corações mandam... A dor seria menor, mesmo que inevitável.