quarta-feira, 25 de maio de 2011

360º

"Quando eu cheguei e larguei a  bolsa em cima da cama, tudo parou. É como se houvesse então uma quebra entre o "lá fora" e o "aqui dentro". Me deparei que nada mais fazia sentido. Tampouco eu.
Posso ser sincera comigo, e me dizer que dei tudo o que havia em mim, dei o meu melhor, procurei soluções, me enganei para não ser pior. Me ocupei tanto comigo que me esqueci. Eu só queria desviar a minha atenção, me encher de outras coisas para que eu nunca lembrasse de mim, para não voltar a estaca zero. Para não ver que eu ando em círculos mas que por mais que eu me dedique a melhorar, não flui assim.
E então vem, e tocam na minha ferida. O estresse com as coisas corriqueiras passam, e quando eu mal vejo, a unica coisa que sai ainda de mim é toda aquela tempestade que eu havia guardado de mim mesma. Eu me despenco, freneticamente, repentinamente. 
Mas onde deu errado ? Onde eu não consegui esconder aquilo que eu tanto evito que os outros saibam, mas ao mesmo tempo, quero que notem? Quero que me vejam, que se importem. Quero que vejam, que além de braços e pernas, de corpo, eu também tenho alma, eu também existo além de toda a superficialidade que há.
Mas até onde o problema é meu? Tal qual seria até eu me sentir fraca, abandonada, ou tudo isso seria misericórdia propria? Seria meu próprio ego ferido, seria o meu excesso de carência? Mas onde termina a culpa dos outros sobre a minha vida e onde começa a minha?
Passei os olhos pelo roupeiro todo estampado, exalando o meu, e só meu jeito de ver as coisas: de querer cor, calor, de querer que tudo exale algo. Mas já não dou a mínima. De que me adianta tudo perfeito por fora se por aqui anda tudo pior do que frio, gélido?!
E quando eu consigo quiçá melhorar alguma coisa, dias passam, e chega mais coisas me notando, me reparando. Me confundem.
De tudo, eu só queria uma coisa: me encontrar. Sair daqui, sair desse lugar, dessa mesmice. Virar os 360º.
Talvez um dia me encontre ou não encontre jamais. 
Mas que todos esses aqui dentro de mim, saibam conviver em harmonia. " - E então a porta se abriu.



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