quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Teus olhos que me perderam


Os olhos da moça bela
De vestido esvoaçante e laço rosa
Sempre me deixaram hipnotizado
Pelos segredos que por de trás deles
Naquela alma que pensara possuir
Escondiam-se e dissimulavam-se
Com o brilho do teu sorriso.

Emanava de algum lugar
Aquele ar dona de si
Nunca foi minha
Quiçá de outro alguém.

Me pus a pensar
Se meu amigo
Não se tornara
Faca de gumes
E com minha amiga
Da casa vizinha que
A vida toda me fez
Quem sou
Não tenha se tornado
Um camboio tão fracionado
Contentado com a carne

E, creio que alternativa não haja:
Com a alma dilacerada
Creio que se sinta, ao bom
Amigo trair

Mas já surgiu em mim
E a sete palmos levo
A tão dúbia dúvida
Se seu coração foi só meu
Ou tu tenhas dividido
Ele com outro alguém

Só não me responda
Pior que a dúvida só a certeza

Crescei te querendo
Te enterrei duvidando
Pois nosso amor de primavera
Nos mais feios Junhos se tornou
Onde brisa que acariciava a face
Passou um furacão que sopra e
Arrasta uma alma inteira

Acabei sem você
Somente comigo

Deixei nosso filho
Deixei nossa vida

Esqueci em algum
Dos teus piscares
A mim mesmo
Nos fundos destes olhos...
... Oblíquos, de cigana dissimulada.
Você acabou
Me levou
E por hora
Aqui me acabo
Sozinho
Tentando reviver
O início
Para então prover
Um novo final
Esquecendo que são os meios
Que começam e
Terminam uma história

Mas aqui por dentro
Apesar dos meus prós e maiores contras,
Ainda peço que o mar
Devolva a teu dono...
... Teus olhos oblíquos de ressaca. 

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