segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tais bundinhas rebitadas...

Pupilas dilatas. Suores que escorrem. Todos aqui andam sem parar, de um lado para o outro, freneticamente.
Ninguém se olha nos olhos, mal um cumprimento tão passageiro quanto à mãe que entra no metrô com o filho de colo.
Tão passageira é a vida para quem não vê além. Quem não entende, não vê. 
Quem vive na ditadura metropolitana, nos ternos e gravatas, com os pé no salto alto. Quem pouco reserva a si mesmo. Só se dá aos outros. Se dá por pouco.
Para quem mal se olha no espelho, para quem só vê o rosto bonito que está envelhecendo.
De que vale uma vida inteira sem ter feito nada ? Você já pensou no que fez em sua vida que seja diferente dos demais?
Prefiro cor, calor e corações que exalam sentimentos.
Prefiro olhar nos olhos, morrer de paixão, enlouquecer de alegria, gozar da tristeza.
Prefiro o calor dos olhos, a ternura dos gestos, o teu jeito de falar. A tua paz.
Prefiro gente que sente, que pira, que não tem medo. Que se jogue pra vida e festeje cada momento.
Não um bom-humor fictício. Um dia estamos bem, outro não. É assim.
Prefiro realismo.
Mas me perco quando vejo pessoas agindo friamente, minhas bases tremem.
Não consigo articular planos, fingir gostar, fingir me interessar. Visão centralizada de mim mesma.
Mas eu ainda me pergunto : até a onde as bundinhas rebitadas irão sustentar o mundo? Daqui só vai a pior, e talvez nos acostumemos assim. Ou talvez ainda teremos certos desencaixados que clamam por um pouco mais de uma coisa chamada "sinceridade". Ah se todos fizessem o que seus corações mandam... A dor seria menor, mesmo que inevitável.




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