sábado, 2 de julho de 2011

[o nada]

Eu esbarrei em você sem querer. Eu não te procurava, mas te achei.
E o problema talvez tenha sido esse: ter te achado em algum momento, ou melhor, naquele momento.
De ali em diante, qualquer dia era domingo de primavera. 
Insana fui eu. 
De me entregar, de me deixar, de ser só você em mim. Era de segunda à segunda, sem intervalo e nem tempo pra dormir. Era meu último desejo e meu primeiro pensamento. 
Os anos passaram e cada lágrima que eu derramei por ti, nem hoje tu sabes e aqui tu nunca esteves para secá-la, e de um jeito nobre, evitasse que elas molhassem o meu sorriso de menina levada.
Seria orgulho falso meu se dissesse que você nunca segurou minha mão. Pelo contrário, você foi quem mais me segurou e me levou a diante, me empurrou pra onde eu nem mais acreditaria que iria chegar.
Eu pensei que aqueles problemas de lá atrás seriam o fim do nosso mundo. Doce ilusão, assim fosse.
As provas começaram a se acumular por debaixo do meu nariz e eu ainda não queria pensar que poderia tudo ser real. Comecei a delirar, mas o quanto mais rápido possível, varria tudo para debaixo do tapete e rezava para que isso nunca acontecesse.
Daí aconteceu.
Daí fodeu. Daí estragou tudo. Daí saiu do meu controle para onde nem em pensamentos mais eu sou a manipuladora, fugiu do meu controle ter todos os teus sorrisos só para mim.
Deixei de necessitar você. Enterrei todo o ar que respirava. Voltei para o nada.
Só por medo de ver você segurar a mão de um outro alguém -  e esquecer que a minha continua, como sempre, frágil, clamando pela tua alma quente que desfaz todo esse meu vazio.
Virei o nada, só por medo de te procurar e te achar - longe de mim.

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